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terça-feira, 3 de maio de 2011

Atlântida: Princípio e Fim



ATLÂNTIDA: PRINCÍPIO E FIM


Dentre  diversos  temas  que causam fascínio e deslumbramento aos místicos, os temas “Atlântida” e “dragões voadores” são dos mais ousados e fantásticos.
Atlântida ou Atlantis significa “Filha de Atlas”, um Deus grego. Na mitologia grega sobre a história do mundo, Atlas era filho do titã Jápeto e da ninfa Clímene, irmão de Prometeu, Epimeteu e Menécio. Ele pertencia à geração divina dos seres desproporcionados, violentos, monstruosos, a própria encarnação das forças selvagens da natureza criadora e dos cataclismos iniciais “com que a Terra se arrumava para poder receber, num regaço mais acalmado, a vida e a sua cúpula consciente: os humanos” no início dos tempos.
Conta sua mitologia, que Atlas, juntamente com outros titãs do caos e da desordem, pretenderam alcançar o poder supremo no mundo divino. Para isso, atacaram a Morada dos Deuses, o Olimpo, combatendo ferozmente Zeus e seus aliados. Esses aliados, eram as energias do espírito, da ordem e do Cosmos. Zeus no entanto, saiu triunfante e castigou os seus inimigos, considerados escravos da matéria e dos sentidos, inimigos da espiritualização e da harmonia. Assim, lançou-os no Tártaro, a região mais profunda do Hades (Inferno) para que lá ficassem presos. Porém, Zeus reservou para Atlas uma condenação especial como punição, colocando-o à sustentar para sempre, nos ombros, todo o Céu.
A Atlântida, é uma citação de Platão, em seus diálogos socráticos do séc. IV a.E.C., chamado Timeu e Crítias.
E aonde se localizava a verdadeira Atlântida? Felizmente já temos a sua localização: na cabeça de Platão!
Atlântida é simplesmente um mito.
O filósofo Platão era conhecido como um excelente contador de estórias, além de ser um dos maiores pensadores de todos os tempos!
O pesquisador e escritor americano Stephen J. Spignesi, em seu livro "Os 100 Maiores Mistérios do Mundo", explica muito bem o mito Atlântida:

“Atlântida é um mito criado por Platão como parte de um diálogo de Sócrates para ilustrar o que acontecia quando uma sociedade entrava em decadência (Atlântida), em comparação com uma sociedade que exercitava a justiça, o respeito e a dignidade (Atenas).”

“Mas a história contada por Platão não se baseava na realidade. Era uma alegoria.
Platão estava tentando transmitir uma lição moral a seus discípulos, ao contar a história de Atenas e Atlântida.
Até seu discípulo Aristóteles confirmou que a estória era uma fábula escrita para ressaltar um ponto de vista.”

Quando Platão tinha que criar estórias (ficção filosófica) para ensinar seus ouvintes, ele dizia que “o grande desafio é achar um conto que sirva ao nosso propósito”, conforme suas próprias palavras em Timeu e Crítias. 
Platão projeta nesta sua estória seus sonhos de uma organização política e social sem falhas, comparando-a com seu contexto histórico de época, ou seja, com a própria sociedade em que vivia em Atenas.
Atlântida equivalia a uma metáfora sobre a “soberba”: Quanto maior a altura, maior a queda.
Para a criação de tal alegoria por Platão, ele pôde muito bem ter-se inspirado na memória popular da destruição súbita do grande reino minoico do século XVI a.E.C. (um mil anos antes de Platão), quando terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis destruíram os minoicos e afundaram a maior parte da ilha de Thera, sucumbindo sua população e cultura (o que sobrou da ilha é o pequeno pedaço de terra conhecido hoje como “Santorini”, no centro-sul da atual Grécia). Tal conclusão é percebida facilmente pelo fato de que os elementos da alegoria de Platão são um espelho preciso do que foi o império minoico, já corroborado pelos achados arqueológicos na região e no fundo do mar de Santorini e adjacências.
Sabe-se também que as princesas minoicas eram chamadas e honradas com o título de “filhas de Atlas”. 

  


         Foi a partir dos últimos séculos que “mitologias bem desenvolvidas e inacreditavelmente detalhadas foram criadas para incluir o mito da Atlântida na trama histórica da Humanidade”, ressalta Spignesi. Até a Idade Média todo mundo sabia que o mito da Atlântida era brincadeira de Platão, mas a partir das Grandes Navegações e suas descobertas de outros continentes, a lembrança do filósofo grego fez com que a imaginação humana reinasse solta.
Sabe-se muito bem que a cronologia de nossa civilização não coincide com a cronologia atlante. 
        A Ciência também já sabe, nos mínimos detalhes, que os continentes há milhões de anos estavam ligados em um único e gigantesco continente, chamado de Pangeia ou Gonduana, e que este se fragmentou. Nesta fragmentação, com os milhões de anos subsequêntes, aconteceu o distanciamento natural de cada parte ("deriva continental"), e isso, por causa dos naturais movimentos tectônicos da crosta da Terra (terremotos, erupções vulcânicas, etc.), e que determinaram a aparência atual do mapa terrestre.
Ora, a Ciência sabe onde cada continente e cada região atual se encaixava há milhões de anos no grande continente Pangeia. Se a deriva continental fosse revertida, e todos os atuais continentes colocados de volta ao seu lugar de origem (qual quebra-cabeças), não haveria nenhum lugar sobrando para se encaixar um pedaço de terra do porte da suposta “Atlântida”, no oceano Atlântico…
Mesmo com tais provas irrefutáveis, a ideia de muitos crentes, em nada muda, pois para eles, a Atlântida “foi e continua a ser, real, e a convicção de sua crença baseia-se no fato de que todos saberão que eles estão certos quando suas ruínas forem finalmente descobertas” […]. “Assim, continuam a surgir livros e filmes sobre Atlântida, e a estória segue sendo contada”, finaliza Spignesi.
O tema “Atlântida”, na verdade, faz parte das atenções de inúmeros círculos místicos e livros no mundo todo. Atlântida transformou-se numa febre de misticismos e ficção.
Vimos aqui, como o tema Atlântida principia e finaliza, sem mistério.
Os adeptos de doutrinas que acreditam que a lenda de Atlântida é verdadeira, ficarão decepcionados. Mas a realidade é mais importante do que suas fantasias.
Lenda é, antes de tudo, a falsidade ou a fantasia que se encarna como Verdade ancestral. A Ciência, pelo contrário, descobre a Verdade real, destruindo assim a falsidade.


Vito Marino
                                                                                       




REFERÊNCIAS:
-Os 100 Maiores Mistérios do Mundo, de Stephen J. Spignesi. Editora Bertrand Brasil Ltda. Edição 2004.
-Revista Super Interessante Fevereiro/2011, pg. 37.
-The History Channel












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