Um Mundo de Novas Descobertas

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ditos Populares (6)


(postagem semanal)


“A cultura é a única riqueza que os tiranos não podem confiscar.”












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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Maratona Vivaldi




Agora um pouco de Música. Arrumem um tempinho para curtir o incrível Vivaldi, com sua música Storm em diversas versões. Vale a pena:


Classica:

Rock:

Yanni:

Scherzo:

Vanessa Mae:

Edvin Marton:


Curtam!


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segunda-feira, 20 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Superstições


Para Supersticiosos (2)



Superstição: números da sorte e do azar

Na China o número 6 é considerado um número da sorte, e 666 significa sorte tripla. Isso acontece porque o número 6 em chinês soa agradável como as palavras “suave” e “fluir”. Já no Ocidente, o número 666 é sinônimo de Treva e Diabo, devido ao fato de o Apocalipse da Bíblia se referir à “Besta do Apocalipse” com o número 666. Muitos crentes acreditam piamente que uma Besta, vista como o Diabo em pessoa, virá das profundezas do inferno atazanar a vida na Terra no “Fim do Tempos”. Por isso o 666 é tratado como um número de azar e mau agouro.
Já o famoso número 7, que tantas vezes aparece nas tradições mundiais, é considerado um número da sorte, sendo bem visto no mundo das superstições. Isso se dá porque os astrólogos de antigamente conheciam somente sete planetas de nosso sistema solar, e como eles acreditavam nos poderes do céu, eles também pensavam que os sete planetas controlavam o Universo todo, e com isso, a própria vida dos seres humanos. Para tanto, acreditava-se que esse número era um número divino. Por isso o número sete era respeitado e consagrado de bom agouro, e chamado de “número sagrado”. Foi a partir dessa crença, que o numero 7 passou a integrar o mundo humano de vários modos.
Não nos esqueçamos que eram os astrólogos (astrônomos primitivos) da Antiguidade, os sacerdotes dos Deuses, portanto, somente eles liam e interpretavam o que descobriam de suas observações do céu, e que se transformava em “palavra divina”.




Bebê inglês nasce às 6h do dia 6 de junho de 2006
Londres - 07/06/2006 - 10h36

Um bebê inglês nasceu às seis horas, do sexto dia, do sexto mês, do sexto ano (2006) e ainda por cima recebeu o nome de Damien, como no filme “A Profecia”. Segundo informa a imprensa de hoje, Damien Cooper nasceu na terça-feira (6/6/6) num hospital de Bristol, oeste da Inglaterra. Seu nascimento parece com o mostrado no filme de 1976, com Gregory Peck e o pequeno Harvey Stephens como “Damien”. Além disso, o bebê nascido em Bristol pesou seis libras e seis onças (cerca de 2,89 quilos). A mãe, uma professora chamada Suzanne Cooper, fã de filmes de terror, ficou empolgada com os sinais macabros que marcaram o nascimento de seu filho.
“Estamos muito felizes com o bebê, porque ‘A Profecia’ é um dos meus filmes favoritos e eu queria mesmo dar à luz no dia 6”, explicou. Cooper se encarregou de negar qualquer problema com o menino. “Não tem nada a ver com Damien, de ‘A Profecia’. É um bebê perfeito”, afirmou.
Sorte ou Azar?




Um novo Imanuel bíblico e o 666

Um falecido escritor alemão, chamado Oskar Ernst Bernhardt (1875-1941, pseudônimo Abdruschin), fundador de uma seita graalita-cristã na Áustria, e que se dizia “Filho de Deus”, “A Palavra de Deus Viva”, “Deus na Terra”, “Parsival dos poetas”, “Imanuel bíblico” e “irmão de Jesus Cristo”, faleceu num dia 6 com 66 anos de idade*

666

Sorte ou Azar?




Referências:

―BRASILEIRA, Imprensa Bíblica. A Bíblia Sagrada, 2ª edição. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1974.
―MURRELL, Deborah Jane. Superstições: 1.013 das mais estranhas crendices e superstições do mundo todo. Pgs. 229, 230. São Paulo: SP: Editora Marco Zero, 2011.



*Oskar E. Bernhardt: nascimento 18 de Abril de 1875 e falecimento dia 06 de Dezembro de 1941.


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terça-feira, 14 de junho de 2011

Superstições


Para Supersticiosos (1)





Os Maias e as almas

“O povo maia de Yucatã riscava uma linha de giz do túmulo até a casa do morto, de forma que a alma pudesse encontrar o caminho de volta para fazer visitas.”


Deborah J. Murrel
"Superstições"





Referência:
―MURRELL, Deborah Jane. Superstições: 1.013 das mais estranhas crendices e superstições do mundo todo. São Paulo: SP: Editora Marco Zero, 2011.


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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ditos Populares (4)

Mais uma semana se inicia!! Que seja uma ótima semana aos meus amigos!



(postagem semanal)



“Abelha atarefada não tem tempo para tristezas.” 

terça-feira, 7 de junho de 2011

ARTIGO: O que é Graal? Também conhecido como Santo Graal?



O historiador Michael Haag é um destes historiadores que explica o Graal sem máscaras, do modo como ele foi criado. Em seu recente livro sobre a história dos templários, ele explica em poucas linhas, o que a História já corroborou da verdade sobre o tema Graal. E isso, com uma transparência formidável e elucidativa. 
Acompanhemos:

A BUSCA DO GRAAL
O Graal foi inventado no final do século XII por Chrétien de Troyes: jamais fora mencionado antes. É curioso que nada houvesse no Graal de Chrétien que fosse explicitamente religioso; ele nunca escreveu sobre uma taça ou um cálice na Santa Ceia. Por essa razão ele não o descreve como uma taça ou cálice, mas como bandeja, que é o significado original e usual da palavra graal no francês antigo. Mas há algo de mágico na primeira aparição do Graal nas paginas da história de Chrétien, no início de um festim oferecido por um milionário, e é mais maravilhoso ainda que Chrétien não tenha terminado sua história. Ele aparece assim na história:
Então entraram dois pajens trazendo nas mãos candelabros de puro ouro com detalhes esmaltados. Os jovens que portavam os candelabros eram extremamente belos. A criada que acompanhava os dois jovens trazia nas mãos uma bandeja; ela era bela, nobre e estava ricamente trajada. Quando entrou no salão com a bandeja, o espaço iluminou-se e as velas perderam o fulgor, assim como as estrelas e a lua quando o sol nasce (Arthurian Romances, Penguin, 1991).
O que mais impressiona nessa aparição do Graal é que Percival, o herói do romance, sabe exatamente do que se trata, mas não diz nada até a história ser interrompida (com a morte de Chrétien). Seria uma alegoria? Esse aspecto é algo que se discute há mais de oitocentos anos. E, se for, seria uma alegoria religiosa? Também não há nada de definitivo a esse respeito. Mas essa imagem fantasiosa logo inspiraria outros escritores a terminar a história – entre eles Wolfram Von Eschenbach, que em Parzifal, a sua adaptação alemã do século XIII, introduz os cavaleiros templários na literatura como os guardiões do Graal.


Chrétien de Troyes escreveu quando a sociedade medieval ocidental, tão fiel às tradições, se abria para um mundo mais amplo, o mundo além do Mediterrâneo, o mundo oriental, onde novas ideias e crenças eram descobertas e redescobertas, no mínimo por conta das Cruzadas. Escrever sobre o Graal era escrever sobre uma busca cultural e espiritual, embora seja estranho que o gênero, independentemente de suas nuanças religiosas, fosse o preferido dos escritores seculares, jamais da Igreja. E assim, livre de doutrinas e cânones, o Graal tem sido infinitamente reinventado até hoje.”




O primeiro poema do Graal teve como pano de fundo a estória arturiana. Nesse cenário, o poeta Chrétien de Troyes (século XII, França) não só criou o tema Graal com sua inspiração, mas criou o novo personagem arturiano “Percival”.
O personagem Percival ficou consagrado nas estórias e poemas arturianos, a partir de então, como “o tolo puro” (o tolo ingênuo). O tolo puro é simplesmente uma referência a ingenuidade de Percival frente à vida e às suas vivências na flor da idade. Percival havia vivido até sua adolescência longe de tudo e de todos, com sua mãe no interior de uma floresta. Quando começou a explorar o mundo a sua volta e se deparou com alguns cavaleiros com suas armaduras, Percival não sabia do que se tratava, e foi chamado por eles de “tolo puro”. A partir daí a estória do Graal e Percival segue falando das peripécias e aventuras de Percival pelo mundo arturiano medieval.

Chrétien foi depois copiado pelos poetas europeus seguintes, devido a sua fama, onde cada um reescreveu a estória original conforme sua imaginação, fantasia e vontade. Foi assim que o poema do Graal obteve sua mais famosa composição: “Parsifal”, do poeta alemão Wolfran von Eschenbach no século XIII. A partir de então, o Graal se tornou lenda e anseio, somados a caça de relíquias nas Cruzadas.
Após o século XIII o Graal seguiu sendo reinventado de quando em quando até se tornar divino: “o Santo Graal”, o “coração do Universo”, também chamado de “fonte de energia transcendental”. Pilhas de livros foram escritos, além de óperas e filmes. A ópera mais famosa foi “Parsifal” de Wagner*, e os filmes mais famosos foram “A Última Cruzada” (Indiana Jones) e “O Código da Vinci”.


Percival, o guardião e rei do Graal, também seguiu um caminho parecido ao do Graal e tornou-se divino: “o tolo puro divino”.
Para quem acredita que o termo “tolo puro” tem outro significado que não o explanado acima, explico aqui que o poema ORIGINAL, que é francês (de onde todos os outros derivam), é isento de confusão quanto a mudança de sentido causada por pronomes, como no caso dos pronomes alemães “das” e “der” que mudam o sentido de uma palavra. No francês original é simplesmente “Bête Pur” (tolo puro).
Cai aqui por terra a suposta sabedoria de quem não estudou o Graal dos poetas nos originais, comparando-os!!!**
Tais obras estão agora a disposição de todo mundo, graças as traduções e novas publicações. O pesquisador interessado em se aprofundar em tal tema e desmistificar seu conteúdo, pode adquirir as recentes Obras publicadas no Brasil, de Chrétien e Wolfran, especificadas nas referências abaixo.



Vito Marino









* Em 1881, Richard Wagner publicou um ensaio que recomendava o anti-semitismo político, classificando os judeus de “demônio causador da decadência da Humanidade”. Não foi à toa que Hitler se tornou um fã dele. Racismos a parte, suas Obras são até hoje ovacionadas e assistidas, consagrando-o um dos maiores compositores de todos os tempos.

** As doutrinas do Graal acreditam que seu mentor máximo de nome Oskar Ernst Bernhardt (Abdruschin) é Parsival (Perceval) e “Filho de Deus”, e que ele lhes trouxe a salvação espiritual através de seus livros. Tais doutrinas se baseiam em parte no poema alemão de Wolfran von Eschenbach do século XIII. Para consagrar seu mentor a "Filho de Deus" e "Salvador do Mundo", estas doutrinas condenaram os pronomes alemães “das” e “der”, que mudam o sentido de uma palavra, como sendo responsáveis por mudar o sentido daquilo que o poeta queria dizer originalmente, ou seja “o Portal puro” e não “o tolo puro”, pois a figura de “tolo puro” não se coadunaria com seu mentor “Filho de Deus”, mas sim o “Portal puro”. Desse modo ficou fácil “condenar” o autor do poema “Parsifal” de “mal uso”, ou de “erro” na sua inspiração ao usar os pronomes alemães. Os adeptos do Graal só não sabiam que a origem do poema do Graal é francesa e anterior à alemã, sendo que no original francês (Chrétien de Troyes, séc. XII) não há o “problema sugerido de pronomes que mudam o sentido de uma palavra como no idioma alemão. No poema original francês, Perceval é simplesmente “Bête Pur”, o "tolo puro", também conhecido como "tolo ingênuo".





Referências:
—TROYES, Chrétien de. Perceval ou O Romance do Graal. “Perceval ou le Roman du Graal” (do manuscrito medieval do século XII), 2ª edição. São Paulo, SP: Editado no Brasil pela Livraria Martins Fontes Editora Ltda., Agosto de 2002.
―ESCHENBACH, Wolfram von. Parsifal (do manuscrito medieval do século XIII), 3ª edição. Atestado por Karl Lachmann. Tradução de A. R. Schmidt Patier. São Paulo, SP: Editora Antroposófica Ltda., 2006.









—HAAG, Michael. Os Templários, História e Mito. São Paulo, SP: Editora Prumo Ltda., 2009 (www.michaelhaag.com).

—ABDRUSCHIN. Respostas a Perguntas de 1924 a 1937 (1953), pergunta nº 67. Embu, SP: Editado pela Ordem do Graal na Terra, 1ª e 3ª edições, 19(?) e 1993.

—ABDRUSCHIN. Na Luz da Verdade, Mensagem do Graal, vol. 3, 1ª e 5ª edições. Embu, SP: Editado pela Ordem do Graal na Terra, 19(?) e 1993.








Os amantes da música podem curtir aqui duas partes das canções da Ópera Pasifal de Wagner, tiradas do YouTube:

Parsifal Ato 1


Parsifal Nur eine Waffe taugt






O enigma dos esqueletos de Machu Picchu esclarecido



Mais um enigma de Machu-Picchu esclarecido.
Inicialmente pensava-se que 80% dos esqueletos encontrados na cidade incaica de Machu-Picchu eram de mulheres, ou seja, quatro vezes mais mulheres que homens, o que levou a equipe de Hiram Bingham (1912) a concluir que Machu Picchu era uma cidade tipo "convento para mulheres", com as famosas “virgens do Sol”. Mas tal descoberta estava errada.

Reexaminando-se os esqueletos na atualidade, viu-se o engano da equipe de Bingham, que levou em consideração seu conhecimento em esqueletos europeus e africanos, diferentes dos esqueletos dos povos andinos, e o fato é que 50% dos esqueletos de Machu Picchu eram de mulheres e 50% de homens. Havia também esqueletos de crianças, ou seja, viveram famílias inteiras em Machu-Picchu, até o seu fim, e não somente mulheres.
A cidade real de Machu Picchu era uma espécie de cidade-refúgio sagrada, do rei Pachacuti, e ficava há apenas 3 dias de caminhada da capital do império, Cuzco.


Vito  Marino














Referências:
-Documentário no National Geografic Channel (Abril/2011)  

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Carambola!


TOXINA DA CARAMBOLA PODE MATAR

Um amigo meu me repassou um e-mail com esta notícia sobre a carambola, e dado a sua importância, fiz questão de publicar aqui no Blog.
            Leiam amigos e depois confirmem nos links abaixo se quiserem:

            A venda de suco de carambola está proibida em Jaú,
cidade de 140 mil habitantes no interior de São Paulo.
A fruta tem uma toxina que pode matar portadores de insuficiência renal.
Por causa do risco de morte, a Câmara de Vereadores da cidade aprovou, por unanimidade, o projeto do vereador José Mineiro de Camargo (PSB), proibindo o suco e a fruta nas lanchonetes, bares, restaurantes, hospitais e repartições públicas municipais.
A lei vigora há mais de dois meses.
“É mais um alerta do que uma proibição às pessoas que têm insuficiência renal.
A carambola tem uma neurotoxina que não é filtrada e vai direto para o sangue.
Se um paciente renal comeu a fruta, ele deve contar ao médico,
pois corre o risco de morrer se não fizer hemodiálise.
“O rim normal filtra a toxina”, afirmou o vereador.
Depois de contar que pesquisou o assunto, Camargo disse que os diabéticos também correm risco e que 99% da população desconhece os danos causados pela carambola.
O médico Eduardo Martins Rebec, nefrologista do setor de hemodiálise da Santa Casa de Jaú, confirma o risco no consumo da fruta.
“Há risco de morte, sim... O rim de quem tem insuficiência renal não consegue eliminar a toxina, que se acumula no sangue e acomete o sistema nervoso central. Se o portador de insuficiência renal ingerir a carambola, pode ter convulsões e entrar em coma com risco de óbito”, alerta.
Para remover a toxina, deve ser feita uma hemodiálise de urgência.
Não deixem de ler mais informações nos links:

Há ainda um o comentário no e-mail do meu amigo:
“ESTRANHO. Porque é que os passarinhos não bicam as carambolas, mesmo maduras?”

Eu mesmo, em 2010, ouvi uma notícia sobre a carambola na TV (um Jornal da TV), mas não me lembro qual canal passou, falando do perigo da carambola e que estava sendo aprovada uma lei onde todo mundo que comercializa este produto seria obrigado a colocar uma plaquetinha escrito “produto prejudicial à saúde”, assim como o cigarro. Não sei como é que ficou isso, mas as poucas vezes que vi carambola por aí, depois da reportagem, não havia nenhuma plaquetinha nelas… 




 

Obs.:  Eu posso dizer a vocês, que a única coisa boa da carambola é o perfume maravilhoso das flores na época de sua floração. Eu já tive o prazer de desfrutá-lo..








Um abraço,
Vito Marino






Ditos Populares (3)



(postagem semanal)


“A vivência é a experiência da alma.”

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Arte e a violência contra a Mulher


“O Cálice e a Espada”

Existe um livro fantástico para quem quiser desmistificar a imagem do homem como detentor da força e poder e a mulher como frágil e figura secundária em praticamente todas as situações: “O Cálice e a Espada – Nosso Passado, Nosso Futuro” da socióloga, advogada e ativista social Riane Eisler, Editora Palas Athena, 2007. Esta obra trata da transformação da cultura patriarcal, não defendendo uma reconstrução de uma sociedade matrística de dominação e competição, mas sim de parceria e união, de paz e conciliação; a solidariedade deve ser o fundamento de uma cultura não alienada pela cultura patriarcal. Diz Humberto Maturana no prefácio do livro sobre o papel do homem numa sociedade matrística:
“O mesmo papel de agora. Participar com a mulher na criação de nosso viver cotidiano, mas sem centrar a relação nas conversações de guerra, competição, dominação, autoridade, hierarquia, luta, controle, propriedade, segurança, certeza, obediência ou poder, mas na colaboração, aceitação, conspiração (co-inspiração), conversa, ajuda, confiança, convivência, acordo, compartilhamento, beleza e harmonia.”
Maturana ressalta que esses elementos ocorrem na cultura patriarcal, porém totalmente desvirtuados, negando a colaboração através da dominação ou da competição, fazendo desaparecer o acordo por força da hierarquia da obediência, esquecendo a co-inspiração por força do controle e do poder, acabando com o compartilhamento mediante a apropriação, e esquecendo a conversação em meio à exploração.

A ARTE E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Riane Eisler comenta em seu livro que o sistema androcrático* reafirma seu controle sempre que possível e isso não é diferente nas artes. Os temas violentos na literatura e na arte contra a mulher cada vez mais frequentes são resultado dessa necessidade de reforçar a dominação da cultura androcrática. O estuprador Don Juan mostra que o tema da violência repressiva contra as mulheres é um indicador ainda mais específico de tempos de violência e guerra. Hoje testemunhamos uma escalada global de violência contra a mulher – não só em ficção, mas de fato.
Tudo indica que estamos prestes a regredir aos dogmas antifemininos que regem o fundamentalismo cristão e islâmico. No cinema e na literatura cada vez mais se pode ver a violência contra a mulher que se apresenta sob a forma de assassinatos requintados até estupros e cita a autora: “... fazem a violência literária de A Megera Indomada e Don Juan parecerem insignificantes.” A pornografia desenfreada, esse mercado multibilionário nos livros, revistas, tirinhas, cinema, propagandas, televisão a cabo, que invadem nossas casas “afirmando que o prazer sexual reside na violência, no espancamento, em escravidão, tortura, mutilação, degradação e humilhação do sexo feminino.”
Pode ser essa violência toda contra a mulher nos veículos de comunicação uma estratégia de manter o domínio do sistema androcrático em nossa sociedade através do fomento do medo, da dor e demonstração de poder através da força? Que a perpetuação desses exemplos cruéis e realísticos através da arte possam servir como estímulo para que homens passem a agir dessa maneira com suas namoradas, esposas e filhas?
A violência contra a mulher sempre pode ser constatada ao longo de nossa história, como exemplo, a inquisição, que perseguia, sobretudo, as mulheres que acabavam sendo vítimas das fogueiras acusadas de “bruxaria”. Porém no século XIX, com o advento do movimento feminista houve um aumento da violência contra as mulheres: espancamentos, fraturas, corpo incendiado e outros horrores. Como diz Riane:
 “Vista da perspectiva da Teoria da Transformação Cultural, não é difícil de perceber a função sistêmica da violência massiva e brutal contra as mulheres. Se a androcracia quiser se manter, as mulheres precisam ser reprimidas custe o que custar. E se esta violência – e o avivamento de incitações à violência, calúnias religiosas contra as mulheres, e a equiparação de prazer sexual a matar, estuprar e torturar mulheres – está crescendo no mundo todo, é porque nunca antes a dominância masculina foi tão vigorosamente desafiada através de um movimento tão sinérgico de mulheres lutando pela libertação da humanidade.” 
Eisler não discute a questão da função da arte, porém dá o caminho para uma reflexão. Todos os veículos ligados à arte se tornam obrigatoriamente aparelhos de divulgação de ideias, através do que se escreve, através das imagens concebidas, seja no cinema, teatro, fotografia, pintura, que podem servir para manipulação das massas, para a aceitação progressiva de falsos conceitos que servem e alimentam um sistema. É a arte aliada à política servindo às ideologias convenientes. A arte como instrumento massificador que em doses homeopáticas vai construindo uma forma de pensar linear de aceitação sem reflexão de tais ideologias que servem ao poder vigente. Quando se vê na arte tanta violência ilustrada contra a mulher nada mais é do que a utilização de todos os meios para o constante inculcar e perpetuar da dominação androcrática em nossa sociedade, adentrando nos lares, escolas, matando o questionamento de que se isso realmente pode ser da natureza humana, conceito reforçado pelos preceitos religiosos, se pode ser modificado, se pode existir uma sociedade mais justa para todos. Encoberto pelo som altíssimo que atordoa, pelas belas imagens ou palavras, por conceitos falsos pré concebidos o ser humano aceita absurdos como verdades, tira da ficção os exemplos que começam a fazer parte da sua realidade de uma forma inconsciente, e sem perceber que passou por uma lavagem cerebral, atua em favor de um sistema falso e incoerente. É essa a função da chamada arte em nossos dias?



Cristina R. De Donato






   
* Androcrático: vem do neologismo “androcracia”. Esta palavra deriva das raízes gregas andros, ou “homem”, e kratos, ou “governo”.



Saiba mais acessando:


Referência:
—"O Cálice e a Espada: Nosso passado, nosso futuro", de Riane Eisler. São Paulo, SP: Palas Athena Editora, 2008.