Um Mundo de Novas Descobertas

sábado, 28 de novembro de 2015

O Livro Bíblico de Daniel

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Prezados Leitores, quero deixar aqui um trecho do livro "A Origem do Cristianismo" de Karl Kautsky, onde ele explana sobre o Livro de Daniel, trazendo-nos esclarecimentos com uma clareza sem igual sobre o que lá pode ser lido:

“Entre os judeus, principalmente nos séculos imediatamente anteriores e posteriores à época de Cristo, personagens inventados frequentemente exerciam grande influência, sempre que os feitos e ensinamentos que se lhes atribuíssem correspondessem às profundas necessidades do povo judeu. Temos, por exemplo, a figura do profeta Daniel ― de quem o Livro de Daniel informa que viveu durante o reinado de Nabucodonosor, Dario e Ciro, em outras palavras, no século VI a. C. ― que realizou os maiores milagres e que fez profecias logo cumpridas de maneira assombrosa, a última das quais foi a de que grandes calamidades sobreviriam ao judaísmo, das quais seria redimido ou salvo por um redentor e depois alçado ao seu prestígio anterior. Esse Daniel nunca existiu; o livro que fala sobre ele foi escrito no ano 165, quando ocorreu a insurreição macabeia; consequentemente não é um milagre que todas as profecias enunciadas pelo profeta correspondam corretamente a todos os fatos anteriores ao ano de 165, o que convencia o piedoso leitor de que a profecia final de tão infalível profeta também teria de cumprir-se inelutavelmente. Todo esse assunto não passou de uma invenção audaciosa que obteve, no entanto, o maior efeito; a crença no messias, a crença em um redentor que viria, encontrou o maior apoio nesse profeta; veio a ser o modelo para todas as profecias posteriores a respeito do messias. Mas o Livro de Daniel prova também com quanta resolução as pessoas piedosas acolhiam os embustes naqueles dias, cada vez que aspiravam a conseguir grandes efeitos.”






BIBLIOGRAFIA:
-KAUTSKY, Karl. A Origem do Cristianismo. Rio de Janeiro, RJ: Editora Civilização Brasileira, 2010.

DESCRIÇÃO DO LIVRO:
Com introdução, notas e apêndice do professor Moniz Bandeira, essa tradução do clássico livro de Karl Kautsky, publicado originalmente em 1908, é um exame histórico e sociológico profundo dos primórdios do Cristianismo. Importante contribuição, inclusive do ponto de vista teológico, para o entendimento do papel histórico de Jesus e do cristianismo como fenômeno social e político.



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O NEOPLATONISMO E O NOVO AVATAR DO MUNDO




-Olá meus Leitores! Pra vocês mais um trecho do meu livro OS MESSIAS DO MUNDO, para apreciação. Fala do neoplatonismo e sua influência até os dias de hoje em nossa cultura:

O neoplatonismo é uma corrente de pensamento baseada nos ensinamentos de Platão, iniciada no século III de nossa Era por Plotino (205-270), e um dos Movimentos filosóficos mais significativos da Antiguidade.
No começo de sua carreira, Plotino estudou em uma escola filosófica de Alexandria, depois fez parte de uma expedição à Pérsia, liderada pelo imperador romano Gordiano, onde tomou contato com as filosofias persa e indiana. Aos 40 anos estabeleceu-se em Roma e desenvolveu as doutrinas filosóficas aprendidas, juntamente com um seleto grupo de alunos. Sua intenção era fundar uma cidade chamada Platonópolis, baseada nos ensinamentos contidos na Obra “A República” de Platão. Os neoplatônicos exerceram grande influência nas tradições intelectuais de Roma a partir do terceiro século, e mais tarde, na própria formação do cristianismo.
O neoplatonismo acreditava na existência de uma Verdade Suprema com conceitos de formas ideais, eternas, imutáveis e incorruptíveis, e na existência de um “Uno indescritível” do qual uma sequência de seres menores foram emanados (deuses e seres intermediários) e que coexistem entre o Uno e a Humanidade. Tal Uno seria também o “Criador do Mundo”, sendo que a Terra, os animais, a água e etc., estariam localizadas nos recantos mais distantes de sua Criação. Neste contexto o neoplatonismo acredita que o ser humano se encontra mais perto de Deus “pelo interior de sua alma”, o que torna possível uma reconecção com esse Deus. O conjunto de suas doutrinas espiritualistas religioso-filosóficas, tinham como objetivo a união do ser humano com a divindade mediante a elevação progressiva do espírito até a “iluminação”. Faz parte de seu conteúdo também, crenças encontradas no budismo e no lamaísmo.
No neoplatonismo há a ideia de se harmonizar a “revelação” com a “razão”.
A partir do século XIX o neoplatonismo ganhou força nova através da criação da mística Sociedade Teosófica, dentre outras, que sintetizaram as filosofias, as religiões e a Ciência numa sabedoria universal e eterna.
A Sociedade Teosófica foi criada em 07 de setembro de 1875, em Nova Iorque, por Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891)*, Henry Steele Olcott (1832-1907), William Q. Judge (1851-1896), e outros membros presentes. Esta Sociedade criou o lema restrito: “Não há religião superior à Verdade”.
Blavatsky, sob o pseudônimo de “Zeneida R-va”, mudou residência para Londres em maio de 1887, onde inaugurou a Loja Blavatsky de Teosofia e dedicou-se a uma intensa atividade literária. Sua Obra mais famosa foi “A Doutrina Secreta: Síntese da Ciência, Religião e Filosofia” (1888), em 4 volumes, ditada à ela por um sábio espírito chamado Djwal Khul. Ela faleceu em 1891. Sua sucessora foi Annie Besant (1847-1933), diretora da Sociedade Teosófica da Alemanha.
A partir de 1909, a Sociedade Teosófica passou a se interessar pelo filho de um recém contratado funcionário indiano. O garoto se chamava Jiddu Krishnamurti (1895-1986).
Interessante a vida de Krishnamurti. Ele foi visto pela Sociedade Teosófica como o “Novo Avatar do Mundo” e foi chamado “Mestre do Universo” e “Instrutor do Mundo”. A Sociedade passou a cuidar da educação do menino, no lugar de seus pais, para assim ajudá-lo no “caminho” que ele tinha de trilhar em sua “grande missão”. No entanto, ao adquirir uma mente madura e individual, imediatamente ele se desligou da Sociedade Teosófica que o criara, passando a denunciá-la, e criou algo como uma “doutrina da negação das verdades alheias”. Tal doutrina tinha por finalidade estimular nas pessoas apenas a habilidade de desenvolver os próprios caminhos espirituais e pensamentos individuais, sem ajuda externa de entidades, religiões ou políticas.
Antes de explodir a Segunda Guerra Mundial, Krishnamurti fez muito sucesso na Europa. Durante sua vida, ele escreveu dezenas de livros e fundou diversas escolas em diferentes partes do mundo.





* Blavatsky havia viajado como dama de companhia da Condessa Kisselev pelos Balcãs, Grécia e Egito. No Cairo ela estudou magia egípcia com um velho mago copta. Posteriormente viajou para Bombaim.





-OS MESSIAS DO MUNDO, pp. 191-2

-foto: Wikipédia



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

sábado, 14 de novembro de 2015

Ditos Populares (nº 223)

postagem semanal


 “Deus cura, o médico manda a conta.” (Bras-net, SP)


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ditos Populares (nº 222)

postagem semanal


“Desta toca não sai coelho”.


Grandes Sabedorias do Universo

postagem mensal (nº 54)


“Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à Natureza e aos animais.”


Victor Hugo

(1802-1885, filósofo político, 
poeta e escritor francês)