Ou a Ideia do Apocalipse*, também
conhecido como "JUÍZO FINAL"
conhecido como "JUÍZO FINAL"
Na formação da
primitiva literatura cristã, apresentaram-se diversas possibilidades de textos
para servirem de base à nova religião do Ocidente. Destes textos, diversos
foram escolhidos para compor a Bíblia como “favoráveis à fé” e outros foram
recusados como “não favoráveis” (heréticos). Estes últimos são conhecidos como
“textos apócrifos”. Faziam parte deles diversos textos “Apocalipses”, como o
Apocalipse de Pedro, o Apocalipse de Paulo e o Apocalipse de Tomé.
Mas o mais antigo
Apocalipse de todos, foi o Apocalipse de Daniel do Velho Testamento. Hoje em
dia já se sabe que todos esses diversos Apocalipses derivaram do Apocalipse de Daniel (inclusive o Apocalipse de João
usado no Novo Testamento). O Apocalipse de Daniel foi o modelo para os outros!
O Apocalipse de
Daniel, com suas “visões”, retratava os acontecimentos da guerra judaica do
tempo de Antíoco Epífanes. Aquela época foi o “Fim dos Tempos” para os judeus,
por isso foi escrito este Apocalipse**.
Partindo deste
modelo apocalíptico judeu, vários outros Apocalipses foram escritos
posteriormente, pela necessidade de cada época, tanto por judeus como por
cristãos. Daqueles compostos por cristãos, somente um foi escolhido para compor
o Novo Testamento, como parte final da
Bíblia. No caso, foi o conhecido “Apocalipse de João” que na época era
conhecido como “A Revelação”, mas que passou para a posteridade com o nome da
forma grega “Apocalipse”. Foi um
judeu-cristão adepto de Jesus que escreveu esse Apocalipse bíblico, após a
morte do imperador romano Nero. Este autor assina como João, e supôs-se que ele
teria sido João, o discípulo de Jesus, mas na verdade é um pseudônimo.
Seu livro do
Apocalipse circulou por toda a Ásia Menor. Na época de sua composição, o
Apocalipse cristão retratou o que parecia
o “Fim do Mundo” para a Era Cristã Primitiva.
E isso aconteceu na mesma época em que ele foi escrito. Parecia o “Fim do Mundo
Cristão” logo em seu início. Era o momento que se estava vivendo naquela época
do final do primeiro século de nossa Era. O Apocalipse de João foi um produto
de seu próprio tempo e tratava-se do Apocalipse provocado pelo imperador Nero
contra a nova seita, a seita dos cristãos. O Apocalipse de João foi a história
que veio e se foi…
Vozes se
levantavam acusando o imperador romano Nero de incendiar Roma. Nero queria um
grande espaço vazio em certo lugar da cidade para seus novos projetos de
construção urbanística, inclusive um novo palácio mais suntuoso, o Domus Áurea. Nero queria a glória de dar
o seu nome à nova cidade que planejara. Como não havia um lugar assim, mas tão
somente lugares apinhados e ocupados, Nero teve a ideia de arrumar espaço
causando um incêndio. Este, facilitaria as grandes expropriações que Nero
previa. O incêndio aconteceu em 18 de julho de 64 E.C. à noite, e durou nove
dias. Aconteceu que Nero necessitou de um bode expiatório para livrar sua
culpa, e foi aí que escolheu a seita ateia*** dos nazarenos para culpar. Por ordem
sua os cristãos foram perseguidos pelo império, maltratados, presos, e muitos
foram mortos e suas posses roubadas. Eles foram torturados para obter
confissões do incêndio, outros foram crucificados e outros tiveram de morrer na
arena, vítimas de guerreiros e animais ferozes.
A maior cidade e
capital do império fora incendiada! Alguém tinha de ser culpado! Este grande
incêndio foi um dos eventos mais trágicos da história de Roma. Diziam que o
imperador era um louco e psicótico! Ele ficou conhecido como um tirano cruel e
megalomaníaco. As elites romanas estavam descontentes com as suas medidas.
Odiado pela aristocracia, Nero era também um mito romano, consagrado como um
homem culto, artista sensível e campeão esportivo, mas isso não ajudou na sua
imagem negativa com a qual ficaria lembrado: “O Veneno do Mundo”.
Tudo ao redor dos
nazarenos-cristãos parecia desmoronar… Foi uma
época apocalíptica de perseguição aos cristãos por todo Império Romano. Imagine
isso. Não havia lugar seguro. Mesmo nas suas reuniões nas catacumbas de
Roma, eles eram descobertos. Não havia mais esperança. A maioria se deixou
levar pelo destino e pelas maldades de Nero. Mas o desfecho desta triste
história ocorreu nos últimos anos do reinado deste imperador, com a
martirização dos dois maiores santos do cristianismo: Pedro e Paulo. O
Apocalipse de João narra parte dessa
história, mas também relata outras coisas, como a vinda de Jesus Cristo ao
mundo, a sua santidade, a sua morte, a sua ressurreição e em seguida a última
batalha do Fim dos Tempos no Armagedon,
com o súbito retorno de Jesus Cristo. O autor do Apocalipse de João acreditava
que um novo retorno de Jesus Messias era iminente (a “Segunda Vinda”)****. Quando isto acontecesse, uma
última batalha entre o Bem e o Mal, entre Deus e a Treva se daria, para que o
Bem vencesse sobre o Mal por “Mil Anos”.
“Armagedon” é na
realidade um local na Judeia, a 80 quilômetros de Jerusalém. Armagedon é outro
modo de se escrever “Megido” (har magiddô), uma região conhecida dos judeus desde
Salomão e Davi. João profetizou que ali em Armagedon se travaria a última
batalha do Bem contra o Mal, após Jesus retornar dos Céus com seus exércitos de
anjos. Após o triunfo de Jesus, ele eliminaria todo o mal da Terra durante mil
anos.
E quem era o
príncipe da Treva? O príncipe da Treva era a Besta que “levantou a cabeça”
agindo contra as comunidades cristãs (igrejas) e seus seguidores. E quem era a
Besta? A resposta está no capítulo 13, versículo 18 do Apocalipse, onde aparece
o nome da Besta: 666. Este número, o
número da Besta, é o “nome” da Besta e esconde uma charada judaica conhecida: o
nome do “Anticristo”. De acordo com o valor numérico das letras hebraicas
(numerologia, cabala), 666 é o nome “Nero”,
significa Nero! Em outras palavras, a identificação do nome “Nero” se dá porque
para as palavras em hebraico, eram atribuídos valores numéricos às letras (igualmente nas
letras gregas), segundo o lugar que elas ocupavam no alfabeto (gematria). Era
hábito usar letras do alfabeto como números!
Nero,
portanto, foi a Besta temida,
apelidada de “Anticristo”. Nero passou a ser chamado de “Besta” desde que perseguiu e martirizou
os cristãos após incendiar Roma.
Kautsky Karl
explica que
estudiosos anteriores a ele, como Hitzig, Benary e Reuss, já haviam percebido a
charada no Apocalipse de João.
A charada está em
tudo.
“João” também
registrou no Apocalipse o que ele chamou de “a Grande Meretriz”, “a
Prostituta”, “a Babilônia com vestes roxa”. A charada aqui é fácil de
identificar, pois Roma era assim considerada pelos seus inimigos e seus
subjugados. A “Toda-Poderosa Roma” era “a Meretriz”, “a Nova Babilônia”, e roxa
é a cor representativa de Roma. Esta cor era usada com preferência pelos
romanos em diversas coisas.
João também diz
que a prostituta está sentada sobre sete assentos. Sete assentos significam as
sete colinas em que a Cidade de Roma está assentada. João escrevia desta
maneira, como charada, pois qualquer coisa dita ou escrita contra Roma ou o
imperador, era passível de punição ou morte, por isso ele escrevia
simbolicamente seu manuscrito registrando as ocorrências de uma forma segura
para a posteridade (outros autores também escreveram desse modo). Pela vontade
de se registrar este grave acontecimento e sua consumação no emergente mundo
cristão, foi que o tal pseudônimo João escreveu o Apocalipse. Ele estava
vivenciando todas aquelas coisas em seu tempo!
O Apocalipse de
João é o “Manifesto Simbólico” contra os horrores do Império Romano, mas que
deixava a esperança de que Jesus voltaria
e venceria o inimigo, trazendo o bem e a paz que todos os seus adeptos
almejavam.
Posteriormente, já
na época dos fundamentos do “novo cristianismo” de séculos depois de Cristo, os pais da nova Igreja de Roma, no Concílio
de Nicéia, viram que o “emergente Reino Cristão” necessitava não só de uma
religião e de um messias, mas também de um “Fim de Mundo”, para poderem compor
o seu livro sagrado, a Bíblia, pois só assim poderia surgir uma “nova Era”, um
novo Reino de realizações e grandeza para a nova fé do Império Romano de
Constantino, que era a nova Igreja Romana do Deus Javé. A partir de então,
caberia à nova Igreja Romana construir o Reino de Deus: um Reino de Mil Anos, o
Reino do Milênio!
A confecção de um
livro para a religião emergente, era uma necessidade imprescindível, para
servir de fundamento para os novos
cristãos. E era necessário uma base escrita para se obter mais e mais poder. Era
uma “religião do livro”.
Com o novo reino
que os cristãos-romanos queriam construir, tinha também de estar incluída a
esperança de retorno de seu Salvador um dia, para que ele julgasse os vivos e
os mortos e trouxesse uma salvação para a Humanidade. A própria religião
assegurava a “ressurreição dos mortos”. Enquanto isso não acontecesse, a
autoridade eclesiástica podia colher todas as benesses do Novo Reino, para a
glória do Deus Javé, ou melhor, dela própria.
Rodapés:
*Extraído do livro Os Messias do Mundo, tópico O QUE É “666 E O ARMAGEDON DO
APOCALIPSE DE JOÃO”?
http://vitomarino.blogspot.com.br/2013/04/livro.html
http://vitomarino.blogspot.com.br/2013/04/livro.html
** A própria ideia de
Apocalipse e Dia do Juízo Final os judeus herdaram dos antigos egípcios, uma ideia
que mudou a nossa forma de pensar.
*** “Ateia”, aqui, é porque o
Deus do Império Romano era Júpiter e seu filho divino o próprio César, portanto
a religião dos judeus e dos cristãos era ateia à religião romana.
**** Acreditar que “Jesus está chegando” é um hábito
típico de uma esperança religiosa e sonhadora. Este engano, até o apóstolo de
Jesus, Paulo, cometeu, como podemos ler em 1Tessalonicenses 4:14-18 e
1Coríntios 15:51,52. Paulo era um “apóstolo apocalíptico”. Ele também acreditava
que ainda durante a sua vida, veria Jesus descer do céu como um juiz cósmico da
Terra. E é o próprio Paulo dito “São Paulo” que comete tal "engano" (aqui vemos
que nem um santo acerta). Na verdade, não é engano, era simplesmente a crença cristã em seu início.
>> Livro "OS MESSIAS DO MUNDO, Vito Marino
saiba mais:
http://www.asabeca.com.br/detalhes.php?sid=05032018111519&prod=6273&friurl=_-OS-MESSIAS-DO-MUNDO--Vito-Marino--_&kb=1122#.Wp1RPOjwbIU
>> Livro "OS MESSIAS DO MUNDO, Vito Marino
saiba mais:
http://www.asabeca.com.br/detalhes.php?sid=05032018111519&prod=6273&friurl=_-OS-MESSIAS-DO-MUNDO--Vito-Marino--_&kb=1122#.Wp1RPOjwbIU
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