O Construtor da Grande Pirâmide de Gizé
Olá pessoal! De vez em quando falaremos sobre notícias do Antigo Egito, já que este é um assunto que continua atraindo e fascinando o público mundialmente, sendo eu mesmo um fã. Espero que vocês apreciem:
Quem foi verdadeiramente o Construtor da Grande Pirâmide de Gizé no Egito?
Muitas especulações e afirmações de místicos do passado e do presente já foram derrubadas pelas descobertas mais recentes da Arqueologia e da História, fruto do desenvolvimento destas áreas e da tecnologia à disposição da Ciência hoje. Portanto, aquilo que os primeiros arqueólogos e historiadores tinham à mão nos séculos XIX e XX, era realmente precário e pouco pesquisado, mas hoje não carecem mais de confirmação, e amanhã, outras descobertas ainda serão feitas, agregando cada vez mais informações ao que se tem hoje.
Nos séculos XIX e XX havia muitas perguntas e poucas respostas sobre a civilização egípcia, então especulava-se a vontade, principalmente os grupos místicos e esotéricos. Hoje em dia (século XXI), a Arqueologia (e a Ciência de um modo geral) tem muitas respostas e muitas outras perguntas! O trabalho que estudiosos de diversas áreas da Ciência realizaram nos últimos tempos, mostrou grandes descobertas nunca antes imaginadas, e trouxeram à tona o que antes era mistério ou ignorância.
O que nos interessa aqui é passar para o meu Leitor algumas das respostas descobertas e corroboradas, sem fantasias e especulações, sobre a Grande Pirâmide do Egito, a única maravilha remanescente do Mundo Antigo, fruto de uma cultura que até hoje atrai a atenção mundial!
Então vamos seguir em frente.
A construção da Grande Pirâmide foi a prova de uma realização incrível para a sua época. Mas quem foi verdadeiramente o Construtor da Grande Pirâmide de Gizé no Egito? Não, não foram os extra-terrestres de Däniken, nem os atlantes, nem alguém inspirado pelo Deus cristão, e muito menos o Pyramon dos graalitas com seus "gigantes sobrenaturais". Foi mesmo Quéops, o maior faraó construtor de pirâmides de todos os tempos! Ele foi o idealizador e mandante (construtor), com sua equipe de arquitetos e trabalhadores!
A prova e a história da descoberta do nome do verdadeiro autor da Grande Pirâmide começou assim:
As incursões no Egito, a partir de Napoleão Bonaparte, trouxeram grande euforia à Europa. Napoleão invadiu o Egito com seu exército, arqueólogos e pesquisadores, no fim do século XVIII. Após a famosa “Batalha das Pirâmides” que derrotou os egípcios, muitos relatos da expedição francesa foram divulgados na Europa, provocando uma onda de interesses pela civilização egípcia. Os europeus do século XIX ficaram apaixonados pelo Egito e sua cultura. Os museus começaram a disputar relíquias como múmias, estátuas, papiros e obeliscos. Os artistas passaram a pintar pirâmides em paisagens bucólicas, os criadores de estilos lançaram mão de temas egípcios e os marceneiros passaram a entalhar esfinges e até crocodilos em móveis. Todo um modismo novo se iniciava.
Nessa mesma época, a sociedade européia entrava num período de agitações, onde a Ciência moderna parecia ameaçar as crenças religiosas tradicionais. Por isso, alguns eruditos religiosos reagiram às ameaças, utilizando as misteriosas construções egípcias, como prova da “mão divina no mundo”. Os diversos pesquisadores místicos que foram surgindo, também divulgavam que a “estrutura da pirâmide teria sido inspirada por Deus”. O significado religioso desencadeou debates acalorados, mas também idéias fantásticas, especulações, mitos e lendas.
Daí em diante, muitos penetraram na Grande Pirâmide até ela se transformar num ponto turístico, permitindo a qualquer turista moderno realizar este sonho. Mas até atingir esse ponto, uma nova incursão à Grande Pirâmide, em 1837, revelaria dois grandes segredos até então ocultos:
1º) Quem era o autor da Grande Pirâmide de Gizé? Qual faraó a construíra? Onde estava a prova que comprovava sua origem e propriedade?
2º) Como a Grande Pirâmide foi construída? Como o interior dela foi feito?*
Até o século XVIII, nada se sabia a tal respeito no meio acadêmico, a não ser algumas alusões sobre o faraó Quéops feitas por Heródoto...
Tais fascinantes descobertas viriam a acontecer somente através do coronel britânico Richard W. Howard Vyse.
Por mais incrível que possa parecer, explosões feitas do modo mais condenável possível, contra monumentos que se tornariam patrimônios da Humanidade, e numa atitude que seria condenada por qualquer arqueólogo são da atualidade, foram responsáveis por responder a estas perguntas!
Sim. Explosões colocaram a descoberto enigmas de milênios passados, que até então estavam sem respostas.
Em 1837, o coronel Vyse, com o intuito de descobrir tesouros escondidos no interior da Grande Pirâmide, utilizou o recurso da dinamite e começou explodindo o lado sul da Grande Pirâmide. Nada encontrou ali, mas somente pedras e mais pedras ao seu olhar cobiçoso. Sua atitude, porém, deixou um buraco na face sul da pirâmide, de nove metros de altura!
Essa explosão de Vyse colocaria a descoberto o interior estrutural da Grande Pirâmide, mostrando aos arqueólogos e cientistas seguintes, como foi construído o interior da Grande Pirâmide. Somente nesse buraco da face sul, pode-se ver além da espessa membrana exterior de blocos de pedra que compõe a Grande Pirâmide. Observando este lugar, viu-se que, enquanto as grandes e opulentas pedras externas das faces da Grande Pirâmide (primeiras camadas) nos causam espanto e reverência para com seus construtores, num primeiro momento, vemos que sua constituição interna e de preenchimento não tem nada demais. Isso porque as pedras internas da pirâmide, são bem comuns, de diferentes tamanhos, e sem muita atenção à detalhes e uniformidades. E não somente isso, mas entre os vãos de preenchimento de um bloco de pedra para outro, quando necessário, os construtores colocaram pedras pequenas e até pedregulhos como compensação. Há ali, blocos de diferentes tamanhos e aglomerados de pedras. Tal fato poderia nos causar espanto, mas não é o caso, pois, ao dispor o interior da Grande Pirâmide deste modo, o construtor estava compactando seu núcleo, tornando-o assim super-resistente! No interior da pirâmide, não há espaço para deslizes de pedras ou desmoronamentos. Foi graças a esse procedimento que os construtores conseguiram manter um passo rápido na construção, sem grandes demoras, e assim a sua construção se concluiu em poucas décadas.
Portanto, o interior da Grande Pirâmide não era nada incomum ou fantástico. Tal fato observado na estrutura interna dela, parece não combinar com a aparência opulenta e gigante de sua estrutura externa, que o construtor quis mostrar. Mas é assim mesmo que ela precisava ser e foi construída. O importante depois de pronta (quando ela seria vista de fora), era a aparência externa de aspecto grandioso e deslumbrante. Internamente não era necessário “grandes dores de cabeça”, a não ser compactar e manter firme a estrutura. Ou melhor, era uma necessidade natural da construção, devido ao seu porte e dimensões, que os engenheiros compactassem o mais possível o interior da obra, pois blocos gigantescos de pedra, simplesmente empilhados um em cima do outro, possuiriam muita instabilidade estrutural dado o porte da construção, fazendo-a ruir posteriormente. Ou seja: a Grande Pirâmide é uma coisa por fora e outra coisa por dentro (preenchimento).
O importante destas explosões condenáveis do coronel Vyse, é que elas deram acesso aos pesquisadores modernos para pesquisarem a estrutura interna da Grande Pirâmide em detalhes, desmistificando muitos mitos, principalmente as estórias fantásticas de muitos grupos esotéricos.
Até então, quebrou-se a cabeça pensando-se e imaginando-se como os operários que trabalharam na Grande Pirâmide, puderam dar acabamento manual a milhões de blocos de pedra, que deveria possuir toda a estrutura desta pirâmide até o núcleo! Seria uma tarefa imensa, até mesmo para os padrões da Grande Pirâmide e praticamente impossível para o espaço de tempo que se queria. O “como” os pedreiros conseguiram finalizar o trabalho a tempo, foi um mistério por muito tempo é verdade. Agora, isto já está superado graças ao coronel inglês.
Depois, Vyse seguiu com suas explosões atrás da câmara do rei, por dentro, para tentar descobrir tesouros ocultos em câmaras supostamente ocultas ao derredor desta câmara real. Mas o que ele descobriu foram várias salas baixas secretas, em cima da sala fúnebre do faraó e em número de cinco, uma em cima da outra, como se pode ver nas gravuras abaixo. Elas são chamadas hoje de “câmaras mitigadoras”, e foram construídas para distribuir o peso sobre a tumba do rei, evitando desmoronamentos futuros que podiam ser causados pelo peso natural dos blocos de pedra acima da câmara real. Elas podem ser vistas no desenho abaixo como Z1, Z2, Z3, Z4 e Z5. Não existe nenhum outro acesso a estas câmaras mitigadoras, a não ser pelo corredor que o coronel Vyse "cavou" com suas explosões. Nestas “salas” há espaço somente para caminhar de cócoras devido à baixa altura. Vide:
Nas pedras das salas, descobriu-se que os construtores deixaram grafites hieroglíficos primitivos de seus clãs (seus grupos) quando a câmara do rei foi selada! Cada grupo era composto de mil operários divididos em pequenas unidades chamadas “filos”, que significa “tribo”. Cada tribo consistia de 200 operários. E cada tribo era ainda dividida em grupos menores, que recebiam nomes como ‘Grande’, ‘Verde’, ‘Resistência’, ‘Perfeição’. Nomes estes traduzidos destes hieróglifos encontrados.
Mas o mais fantástico grafite hieróglifo encontrado por Vyse, está na câmara mitigadora superior. É o nome do dono da Pirâmide! Sua assinatura! E este nome é Quéops! Ele aparece dentro de um cartucho hieróglifo inscrito ali momentos antes de colocarem a enorme e última pedra acima da câmara real, que seria lacrada para “sempre”. “Quase” para sempre, se não fosse Vyse. E isso foi feito, para que dali em diante, os trabalhadores pudessem seguir seu trabalho erguendo a pirâmide até o topo. Jamais haveria novamente um acesso até as câmaras mitigadoras secretas, porque aquele local ficou blindado, para somente no século XIX ser descoberto e explorado quando da abertura do único canal de acesso feito pelo coronel Vyse com a dinamite. Lá na câmara mitigadora superior, ficou escondida e intacta, por quase 4.500 anos, a identidade e a prova do Dono da Grande Pirâmide, como um lembrete eterno ao Deus de que Quéops e seu espírito “estão voando em direção à sua morada eterna, junto as estrelas”. Até então, não havia como alguém, em nenhum momento da História mundial anterior, violar estas câmaras mitigadoras blindadas. Também ninguém pensaria que haveria algo acima da câmara do rei que não fosse a própria estrutura da pirâmide. Inclusive as paredes da câmara do rei, desde o teto e o chão, não fornecem nenhuma pista a tal respeito. Se alguém tivesse conseguido chegar às câmaras mitigadoras antes de Vyse, teria deixado suas marcas e pistas irreparáveis. Abaixo está o cartucho descoberto de Quéops:
Até hoje há, na câmara mitigadora superior, o cartucho com o nome Quéops (Khufu) e mais outro hieróglifo com a inscrição “de-há-per-ru” (amigos) e “sem-su” (grupo). Ou seja, quem construiu a Pirâmide para Quéops também deixou sua assinatura, que traduzindo foi: “o grupo ‘amigos de Quéops’ ”.
O cartucho que descreve o nome do Faraó Quéops é composto de um pássaro, uma lesma, outro pássaro e um sol, como mostram as gravuras acima.
A idade da Grande Pirâmide foi assim detectada e descoberta. Os diversos registros hieróglifos sobre a história do Egito, situam o faraó Quéops na IVª Dinastia dos faraós (2597-2471) a cerca de 2500 anos a.E.C., filho de Snéferu seu antecessor e primeiro da Dinastia. Foi na época de Quéops que o reino do Egito atingiu o apogeu de sua riqueza e prosperidade, de até então.
Com estas descobertas, está também provado que o gigantesco túmulo de Quéops foi saqueado e pilhado. Suas riquezas e preciosidades se perderam para sempre, com exceção daquilo que nenhum ladrão de tumbas pôde levar embora: a própria estrutura da Grande Pirâmide! Diferente se deu com suas pedras de acabamento que foram utilizadas ao longo do tempo em construções da cidade do Cairo.
As explosões de Vyse não pararam por aí. Também foram alvo delas a Esfinge (a parte detrás da cabeça) e a Pirâmide de Miquerinos.
A primeira metade do século XIX foi um marco na história do planalto de Gizé. Foi quando começou o estudo sistemático deste sítio arqueológico. Dentre os primeiros exploradores, estão: Giovanni Battista Caviglia, Giovanni Battista Belzoni, C. P. Lepsius, August Mariette, W. M. Flinders Petrie, George Andrew Reisner, Hermann Junker e Selim Hassam, além do temível explorador britânico, o coronel Vyse, destruidor de monumentos. Apesar deste último ter se utilizado de métodos condenáveis pela Ciência, não podemos deixar de citá-lo devido às descobertas únicas feitas em suas investidas. Por isso eu o chamo de “o Arqueólogo de Dinamites”. Logicamente, isso não quer dizer que eu aprove os seus métodos. Mas admito que as descobertas da Grande Pirâmide feitas assim, foram de suma importância para a descoberta de vários fatos e para o descalabro dos místicos. Fatos estes, que obviamente, poderiam ter sido descobertos posteriormente por outros modos mais adequados. Junto com estas outras explorações, se seguiram pilhagens e roubos.
No entanto, as descobertas dos acadêmicos demoram a chegar aos leigos, contrariamente a ficção e o alarde dos místicos, que se espalham feito vírus.
Felizmente, a exploração do sítio de Gizé, está hoje sob os cuidados de grandes pesquisadores e arqueólogos como nunca antes. Munidos de vasta bagagem de conhecimentos adquiridos e tecnologia de ponta, estes novos exploradores não se cansam de fazer novas descobertas todos os dias. Isso prova, que embaixo das areias do deserto, ainda se encontram muitas coisas desta magnífica civilização a serem descobertas e exploradas. A arqueologia e a história tem ainda um campo vasto pela frente no Egito.
Sim, Sr. Däniken, a Grande Pirâmide de Gizé é o monumento de um rei extravagante e poderoso, que colocou em seu jazigo a esperança da ressurreição e da viagem de regresso à sua morada junto aos Deuses antropomorfizados de suas crenças. Quéops era o Filho do Deus principal do Egito encarnado na Terra! Após a sua morte, ele tinha de retornar ao seu antigo lar de direito. Por isso, as pirâmides também são chamadas de “Máquinas da Ressurreição”. Na cultura egípcia, desde sua fundação, conforme atestam as gravuras e hieróglifos, acreditava-se que o faraó “era colocado na Terra pelos Deuses, para ajudar a manter a ordem e o funcionamento correto do Universo”. Era o faraó portanto, “quem dava aos egípcios, não somente esta vida, mas também a vida após a morte”. Ele era o "Deus Vivo" e a "autoridade máxima na Terra".
* Quem quiser saber como a Grande Pirâmide de Gizé foi construída em detalhes, deve comprar o DVD “Construindo a Grande Pirâmide”, Documentário da BBC de Londres (que abrange as pesquisas e descobertas do arqueólogo Mark Lehner e outros), e se deleitar. Se quiser assistir o Documentário diretamente de seu computador clique no primeiro endereço abaixo. Se quiser uma cópia do Documentário via internet, clique no segundo endereço abaixo:
1-http://www.archive.org/details/Pfilosofia-construindo_a_grande_piramide129-2 ou:
―DVD “Egito: Construindo um Império” do The History Channel:
―Discovery Channel (199?).
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